26 de agosto de 2014

Visita a Assentamento do Movimento dos Sem-terra (MST)

Com o objetivo de estimular e ampliar os conhecimentos adquiridos em sala de aula sobre reforma Agrária, Empreendedorismo, Turismo e TI , a equipe docente da Escola Estadual Antônio Silva agendou uma  visita aos moradores do Movimento dos Sem-Terra (MST) no Assentamento Oziel Alves Pereira.
A visita aconteceu no último sábado, 23/08, quando os alunos  dos 1ºs e 2ºs anos e as professoras Adriana, Ione Amaral e Armelita (Geografia)  foram recebidos por Tereza Sabino, coordenadora do assentamento,.
No Assentamento Oziel Alves, vivem quarenta e oito famílias de trabalhadores rurais desde 1996, ano em que a área de 1.948ha foi legitimada, mas  a conquista dessa fazenda se deu  no ano de 1964, quando o Governo Federal definiu sua destinação para os fins sociais do processo de Reforma Agrária.

A história da conquista da fazenda é narrada por lideranças do MST que descrevem como vivem e se organizam para manterem   uma vida digna e fortalecerem a luta pela Reforma Agrária em todo o país.

O nome da fazenda é uma homenagem a Oziel Alves,  assassinado em 1986, no massacre de Eldorado dos Carajás, no mesmo dia  da marcha desse grupo a Belo Horizonte.
  
A organização interna das famílias assentadas  é feita por afinidade e proximidade das casas e conta com uma coordenação para cada grupo.

 O Centro de Formação, também aberto para outras entidades e ou movimentos (um auditório e três salas),  construído para reuniões, encontros, cursos da militância  e, resultou da parceria para a reforma das construções existentes.

É nele que as  crianças estudam, do primeiro ao quinto ano. Do sexto até o terceiro ano, vão para uma escola no bairro da cidade.

O Assentamento visitado fica  a dez minutos da rodoviária de Governador Valadares, a trezentos metros da rodovia 116 e a duzentos metros de outra rodovia, o que apresenta prós e contras os assentados.

 “Estou no movimento desde 1988 com meus familiares. Vim menina pequena com minha família, criança de cinco anos. Muitos anos eu passei nesta luta admirável! Tenho o movimento como pai. O trabalho de base e o contato diário com as pessoas que viveram nas favelas sob o mando do patrão foi uma grande lição. Depois que elas não estão mais nesta realidade, elas saem livres, para sua produção e criação de seus animais. A luta é indescritível e inacreditável ”, Tereza Sabino.

A aluna Ana Paula (1º02) perguntou a Terezinha sobre o uso do assentamento para a exploração do turismo rural, e ela contou  que esse projeto está sendo trabalhado, mas que é necessário construir uma unidade de ensino superior para atender os jovens e formá-los oferecendo condições para que eles possam receber visitantes e fazer do assentamento um ponto turístico.

Entre os comentários feitos pelos visitantes, citam-se:
“Fiquei muito impressionada com o elevado grau de instrução dos membros do assentamento e a organização com que eles realizam as suas atividades. Compreendo agora o termo Reforma Agrária”. Alice Silva Gonçalves -1º ano 03.
“Percebi que dentro do assentamento, há empreendedorismo, pois  eles mesmos produzem o seu alimento e vendem  excedente que é levado para uma feira. O lucro vai para quem vendeu o alimento”.Thiffany Ferreira Ramos -1º03.
“Ao ser questionada sobre o uso da tecnologia no assentamento, Terezinha Sabino, disse-me que a enxada e o facão são tecnologias existentes no assentamento, porém algumas pessoas fazem uso do computador, mas nem todos dominam a nova linguagem. E isso é uma preocupação , pois acredita que é necessário preparar jovens para esse avanço”. Mateus Gomes -1º01 

“Estamos tentando ultrapassar as barreiras da sala de aula. Propomos esse desafio  para compreender a realidade na qual estamos inseridos, buscamos novas formas de trabalhar extra classe proporcionando a interação entre a teoria e a prática, facilitando  a compreensão de um mundo complexo e dinâmico. Acredito que alcançamos nosso objetivo com a visita”.  Professora Armelita