Com o objetivo de estimular e ampliar os
conhecimentos adquiridos em sala de aula sobre
reforma Agrária, Empreendedorismo, Turismo e TI , a equipe docente da Escola Estadual
Antônio Silva agendou uma visita aos moradores
do Movimento dos Sem-Terra (MST) no Assentamento Oziel Alves Pereira.
A visita aconteceu no último
sábado, 23/08, quando os alunos dos 1ºs
e 2ºs anos e as professoras Adriana, Ione Amaral e Armelita (Geografia)
foram recebidos por Tereza Sabino, coordenadora
do assentamento,.
No Assentamento Oziel Alves, vivem quarenta e oito
famílias de trabalhadores rurais desde 1996, ano em que a área de 1.948ha foi
legitimada, mas a conquista dessa
fazenda se deu no ano de 1964, quando o Governo
Federal definiu sua destinação para os fins sociais do processo de Reforma Agrária.
A história da conquista da fazenda é narrada por
lideranças do MST que descrevem como vivem e se organizam para manterem uma
vida digna e fortalecerem a luta pela Reforma Agrária em todo o país.
O nome da
fazenda é uma homenagem a Oziel Alves, assassinado em 1986, no massacre de Eldorado
dos Carajás, no mesmo dia da marcha desse
grupo a Belo Horizonte.
A organização
interna das famílias assentadas é feita
por afinidade e proximidade das casas e conta com uma coordenação para cada
grupo.
O Centro de Formação, também aberto para
outras entidades e ou movimentos (um auditório e três salas), construído para reuniões, encontros, cursos da
militância e, resultou da parceria para
a reforma das construções existentes.
É nele
que as crianças estudam, do primeiro ao
quinto ano. Do sexto até o terceiro ano, vão para uma escola no bairro da
cidade.
O
Assentamento visitado fica a dez minutos
da rodoviária de Governador Valadares, a trezentos metros da rodovia 116 e a duzentos
metros de outra rodovia, o que apresenta prós e contras os assentados.
“Estou no movimento desde 1988 com meus
familiares. Vim menina pequena com minha família, criança de cinco anos. Muitos
anos eu passei nesta luta admirável! Tenho o movimento como pai. O trabalho de
base e o contato diário com as pessoas que viveram nas favelas sob o mando do
patrão foi uma grande lição. Depois que elas não estão mais nesta realidade,
elas saem livres, para sua produção e criação de seus animais. A luta é
indescritível e inacreditável ”, Tereza Sabino.
A aluna
Ana Paula (1º02) perguntou a Terezinha sobre o uso do assentamento para a
exploração do turismo rural, e ela contou
que esse projeto está sendo trabalhado, mas que é necessário construir
uma unidade de ensino superior para atender os jovens e formá-los oferecendo
condições para que eles possam receber visitantes e fazer do assentamento um
ponto turístico.
Entre os comentários
feitos pelos visitantes, citam-se:
“Fiquei
muito impressionada com o elevado grau de instrução dos membros do assentamento
e a organização com que eles realizam as suas atividades. Compreendo agora o
termo Reforma Agrária”. Alice Silva Gonçalves -1º ano 03.
“Percebi
que dentro do assentamento, há empreendedorismo, pois eles mesmos produzem o seu alimento e vendem excedente que é levado para uma feira. O lucro
vai para quem vendeu o alimento”.Thiffany
Ferreira Ramos -1º03.
“Ao ser
questionada sobre o uso da tecnologia no assentamento, Terezinha Sabino,
disse-me que a enxada e o facão são tecnologias existentes no assentamento, porém
algumas pessoas fazem uso do computador, mas nem todos dominam a nova
linguagem. E isso é uma preocupação , pois acredita que é necessário preparar
jovens para esse avanço”. Mateus Gomes -1º01
“Estamos
tentando ultrapassar as barreiras da sala de aula. Propomos esse desafio para compreender a realidade na qual estamos
inseridos, buscamos novas formas de trabalhar extra classe proporcionando a
interação entre a teoria e a prática, facilitando a compreensão de um mundo complexo e
dinâmico. Acredito que alcançamos nosso objetivo com a visita”. Professora
Armelita